sábado, 28 de abril de 2012

Vocações para Hoje


Refletir em traços gerais sobre a oportunidade deste tema e o significado do mesmo leva-me necessariamente a apresentar a palavra Vocação como sinónimo de escolha que Deus faz de alguém para o Seu serviço. Assim sendo, atrevo-me a iniciar a minha breve apresentação com um comentário à segunda parte do título: para hoje.
As vocações para hoje são aquelas que são de hoje, isto é, a necessidade da descoberta vocacional leva-nos a perceber que a caminhada vocacional contemporânea já não pode esperar vocações à imagem e segundo o estilo da história que está para trás, como quem espera e busca respostas contemporâneas a partir de paradigmas pretéritos. A vocação para ser real deve ser enquadrada naquilo que tem de contexto efetivo e autêntico onde acontecerá e servirá… o mundo concreto.

As vocações de hoje são a primavera que Deus oferece à vida do mundo para que este respire alimentado pelo ardor das mesmas e as faça crescer na esperança e na certeza de verem concretizados os seus ideais de entrega, doação e devoção a Deus que as criou e elegeu. Elas, são dom de Amor, e aquilo que é dom não depende de quem recebe mas de quem dá. E quem dá, é Deus, Senhor da vida e criador de cada homem e mulher. Só Ele conhece o interior do coração de cada um para que possa rasgar diante de cada vida o melhor caminho para a verdadeira Felicidade.
Num mundo estigmatizado pelos valores que anunciam uma Igreja que já não existe ou até por uma cultura que coloca o absurdo em primeiro lugar, aquele e aquela que se sentem chamados por Deus a uma vida de especial consagração não podem fazem tábua rasa do que é a experiência do eterno no tempo. Jesus assumiu a história com a Sua encarnação para a transformar e para mostrar que é possível viver no mundo sem ser do mundo. Assim, o vocacionado descobre-se como membro integrante deste mundo que não é seu mas que lhe é dado conhecer, servir e amar.
Não precisamos de números que encham estatísticas e também o olhar público. Precisamos de homens e mulheres sinceros que buscam no discernimento das realidades temporais, qual a vontade de Deus a seu respeito e qual o melhor caminho para a felicidade. Caminho e felicidade são duas notas dominantes que nos levam à descoberta de Deus e do outro, uma vez que a história particular de cada um é repleta de encontros, alegrias e experiências de um Deus que sendo grande está presente em pequenas coisas e de uma vida que sendo pequena se torna capaz de tocar um Mistério tão grande.
As vocações que mundo necessita hoje são ícones que mostrem Deus. Ninguém buscará um sacerdote, um religioso ou uma religiosa para que estes lhe apresentem grandes qualidades e capacidades profissionais e eclesiais. Eles vêm em busca de Deus. Precisam que o nosso rosto lhes mostre a imagem de um Deus que os ama, os espera e acima de tudo os compreende. Hoje, nós vocacionados ou somos homens e mulheres de Deus ou então já teremos perdido o amor primeiro que um dia nos fez dizer Sim.
A vocação é dom específico do Amor de Deus, termino, por isso,  com uma breve alusão à Mensagem de Sua Santidade o papa Bento XVI para este 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações: Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).

Pe. Pedro Manuel,
Prefeito e Ecónomo do Seminário de S. José

Cortesia Seminário de S. José

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Senhor é meu Pastor

Oração pelas Vocações

Senhor da messe
e pastor do rebanho,
faz ressoar em nossos ouvidos
o teu forte e suave convite:
"Vem e segue-me"!
Derrama sobre nós o teu Espírito,
que Ele nos dê sabedoria
para ver o caminho
e generosidade
para seguir a tua voz.

Senhor,
que a messe não se perca
por falta de operários.
Desperta as nossas comunidades
para a missão.
Ensina a nossa vida
a ser serviço.
Fortalece os que querem
dedicar-se ao Reino,
na vida consagrada e religiosa.

Senhor,
que o rebanho
não pereça por falta de pastores.
Sustenta a fidelidade
dos nossos bispos,
padres e ministros.
Dá perseverança
aos nossos seminaristas.
Desperta o coração
dos nossos jovens
para o ministério pastoral
na tua Igreja.

Senhor da messe
e pastor do rebanho,
chama-nos para o serviço
do teu povo.
Maria, Mãe da Igreja,
modelo dos servidores do Evangelho,
ajuda-nos a responder "sim".

Ámen.

Não Faltes... Acolhe o convite no teu coração

 Dia 28  Abril
Vigília de Oração pelas Vocações, realiza-se na Matriz de Portimão, pelas 21h -  um momento de oração

Dia 29 Abril
- Domingo IV de Páscoa
- Domingo do Bom Pastor
Após a Missa solene das 11,30H, a comunidade fará um almoço partilhando, na sala da "Antiga Caixa Agricola" - Participa

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Jornadas Diocesanas da Juventude

O encontro da juventude católica algarvia com o seu bispo terminou no sábado ao final da tarde, em Portimão, com o apelo àqueles jovens de que sejam “apóstolos da alegria verdadeira” junto dos seus conterrâneos algarvios.
D. Manuel Quintas pediu-lhes claramente na eucaristia, que teve lugar na igreja matriz de Portimão, que sejam, junto dos restantes membros da juventude algarvia, “testemunhas, mensageiros, profetas e apóstolos da alegria plena e verdadeira”, de quem encontrou em Cristo a “fonte” dessa alegria.

A Jornada da Juventude da Diocese do Algarve de 2012 concluiu-se no sábado, na véspera da 27ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que hoje a Igreja celebra, subordinada ao tema “Alegrai-vos sempre no Senhor”. A edição deste ano, do encontro algarvio, foi a mais participada da última década, com cerca de 460 jovens vindos de muitos pontos do Algarve, superando mesmo a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) de 2008, em Faro, com cerca de 420 participantes.

Centrando-se na mensagem do Papa para JMJ deste ano (tornada pública nas vésperas do encontro), o bispo do Algarve lembrou que a alegria é um “elemento essencial” e um “testemunho” da “experiência cristã, humana e de fé”. “O verdadeiro cristão nunca está triste ou desesperado, mesmo diante das provas mais duras. A alegria cristã não é uma fuga da realidade mas uma força sobrenatural para enfrentar e viver as dificuldades quotidianas”, citou o prelado, lembrando que “um rosto alegre é sinal de um coração feliz.”

Não esquecendo as “dificuldades”, “sobretudo a preocupação face ao futuro”, D. Manuel Quintas lembrou que “só Deus é fonte da verdadeira alegria”. “É importante conservar no coração essa alegria. Isto significa amar de modo constante e fiel. Se na nossa vida tudo for dom, serviço e doação, tudo será alegria”, complementou.

O bispo do Algarve lembrou ainda que um dos motivos da alegria cristã advém do sacramento da reconciliação, “uma possibilidade, que Cristo nos deixou, para reencontrar a alegria perdida”, e regozijou-se por esse ser um dos pontos altos das JDJ. “Sei que esta foi noite de muitos reencontrarem essa alegria”, afirmou, congratulando-se com o facto de, na noite anterior, ter havido confissões até às 5.30h, após a vigília de oração que decorreu naquela igreja com adoração ao Santíssimo Sacramento, hóstia, a qual, depois de consagrada, passa a ser o corpo de Cristo.

Antes, ao final da tarde de sexta-feira, a JDJ tinha iniciado com o acolhimento na escola EB 2.3 Professor José Buisel, onde os participantes pernoitaram. Ali, após o jantar, os jovens foram recebidos com algumas palavras de boas-vindas do padre Mário de Sousa, pároco da matriz de Portimão, de Isabel Guerreiro, vereadora com o pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Portimão, e do padre António de Freitas, assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil que promoveu, uma vez mais, a JDJ.

Seguiu-se depois uma Via-Sacra ao vivo, promovida pelo Agrupamento 159 de Portimão do Corpo Nacional de Escutas, que teve início na igreja do Colégio e terminou na igreja matriz, participada por uma multidão de mais de um milhar de pessoas ao longo principais artérias do centro da cidade.

No sábado, D. Manuel Quintas apontou ainda os exemplos dos jovens italianos Pier Giorgio Frassati (1901-1925) e Chiara Badano (1971-1990), que morreram respetivamente como 24 anos e 19 anos, ambos beatificados não obstante a sua juventude, “porque souberam assumir a situação limite de sofrimento sem perder a alegria”.

No final da missa, o padre António de Freitas agradeceu o acolhimento e colaboração da paróquia da matriz de Portimão, exortou à participação na próxima JMJ que vai decorrer no Rio de Janeiro, Brasil, entre os dias 23 e 28 de julho de 2013 e anunciou que a próxima JDJ decorrerá em Faro, de sexta-feira até domingo de Ramos à tarde, tendo os jovens da matriz de Portimão entregado a cruz da JDJ aos jovens das paróquias da capital algarvia.

À Eucaristia seguiu-se a festa de encerramento no salão dos Bombeiros Voluntários de Portimão com sínteses dos trabalhos de grupo da mensagem do Papa, apresentadas sob forma de canções, jograis, encenações, danças, poemas ou gestos simbólicos, e com um concerto da banda algarvia escutista ‘Modu’S’ que levou ao rubro os presentes.

Cortesia "Folha de Domingo"